O incêndio que está a lavrar em S. Pedro do Sul, distrito de Viseu, e o incêndio
em Celorico da Beira, na Guarda, são nesta altura os que mais preocupam a
Autoridade Nacional de Protecção Civil. O incêndio em São Pedro no Sul é aquele
que, de acordo com a página da Protecção Civil, mobiliza mais meios no terreno.
Às 21:50, o incêndio envolvia 988 operacionais, apoiados por 292 meios
terrestres e 1 meio aéreo.
O
incêndio, que já dura há uma semana, mantém três frentes activas. Começou em
Arouca mas rapidamente se estendeu ao concelho vizinho. Chegou a ser considerado
dominado no início da noite de sexta-feira, mas voltou a estar activo. Aliás, em
São Pedro do Sul, as chamas não estão a dar descanso. Várias casas já arderam e
pelo menos 12 pessoas ficaram desalojadas. Há ainda várias aldeias em
risco.
A
ministra da Administração Interna passou este domingo pelo quartel de bombeiros
de São Pedro do Sul e afirmou que o incêndio já está 70% dominado.
“O incêndio ainda não está completamente dominado, temos 70%
dominado e 30% para combater”, disse a ministra aos jornalistas, após uma
visita realizada ao final da tarde ao posto de comando de S. Pedro do
Sul.
A
governante frisou que, hoje, estiveram, no combate às chamas, 11 meios aéreos, e
disse esperar que, "com o entrar da noite e com a humidade", os bombeiros que se
encontram actualmente no terreno possam debelar o incêndio. Constança Urbano de
Sousa considerou que este não é o momento para fazer "uma análise da forma como
este incêndio foi combatido", mas sim de deixar trabalhar bombeiros, presidentes
de câmara, Instituto Nacional de Emergência Médica, pilotos e Forças
Armadas.
“Temos que deixar primeiro combater, vencer
esta batalha, que é uma batalha dura, mas que vamos vencer, no meio desta guerra
que temos que são os incêndios florestais”, sublinhou. A
governante disse que, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera,
haverá "uma acalmia do tempo a partir da próxima semana", o que permitirá que os
bombeiros descansem.
“Eles vão sendo rodados com aqueles que estão
a sul do país e que não têm tido uma tarefa muito exigente. Naturalmente aqueles
que são do local, poderão estar mais exaustos, mas existe sempre essa
preocupação de os rodar”, garantiu. Instada a comentar queixas
relativas à falta de alimentação, a ministra disse não acreditar "que haja
bombeiros que passem fome, porque além de a protecção civil assegurar a
alimentação, toda esta catástrofe gerou uma enorme onda de solidariedade, com as
pessoas a doarem bens", causando até muitas vezes "alguma dificuldade logística
nas corporações". “Provavelmente naquele momento não tinha acesso
a uma refeição, mas seguramente que essa refeição estava garantida”,
explicou. O incêndio de Celorico da Beira, na freguesia de
Mesquitela, mobilizava, às 21:50, 96 operacionais apoiados por 26 meios
terrestres.
No
Porto, já foi desactivado o Plano Distrital de Emergência (PDE), que tinha sido
accionado há uma semana. Este domingo
ficou ainda marcado pela avaria de dois aviões que combatiam os incêndios. Por
volta das 13:00, um dos aviões russos que chegaram no sábado a Portugal e o
Canadair marroquinos tiveram avarias quase em simultâneo deixando de estar
operacionais. Durante a manhã, os dois aviões russos tinham estado
a combater fogos em Penha do Gerês, no Parque Nacional da
Peneda-Gerês.
Questionada sobre as avarias registadas nos meios
aéreos que vieram apoiar Portugal, a ministra da Administração Interna afirmou
que "têm sempre pequenos problemas, mas todos eles vêm acompanhados de uma
equipa técnica que está sempre a fazer as reparações que são necessárias".
“É normal que muitas vezes existam pequenas avarias ou pequenas falhas
técnicas, mas para isso é que existe, nas bases aéreas, todo um dispositivo de
técnicos que reparam prontamente, muitas vezes da noite para o dia, até de uma
hora para a outra e, portanto, estão neste momento operacionais”,
acrescentou.
Segundo Constança Urbano de Sousa, estes meios aéreos
deverão manter-se em Portugal enquanto forem precisos. “Vão manter-se agora
aqui, e vão prestar seguramente amanhã (segunda-feira), se for necessário, ainda
um contributo muito prestimoso”, acrescentou.
Às
20:40 mantinham-se activos 70 incêndios florestais, em Portugal Continental,
cujo combate envolvia 2541 operacionais e 835 meios terrestres, segundo a página
da Protecção Civil.
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Fonte: TVI24
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