segunda-feira, 30 de outubro de 2017

6480. VÍDEOS: Força Aérea deteta queimadas em período crítico de incêndios

As imagens foram recolhidas este fim-de-semana a bordo de um C-295M da Força Aérea Portuguesa e mostram várias queimadas feitas em pleno período de incêndios. Em diferentes voos, que se prolongaram por cerca de 11h30 e que cobriram alguns pontos do território nacional, os pilotos detectaram 13 focos de incêndios, alguns dos quais provocados por queimadas, prática proibida quando é decretado alto risco de fogos.
O C-295M, da Esquadra 502 – “Elefantes”, participou em missões diurnas e nocturnas. Pedrógão Grande foi uma das zonas sobrevoadas pela aeronave da Força Aérea — e é um dos pontos em que é possível identificar vários focos de incêndio (vêem-se quatro, na imagem) que os militares do centro de Comando e Controlo do Comando Aéreo reportaram de imediato ao Comando Nacional de Operações de Socorro (CNOS) de Protecção Civil. Era o comando da Autoridade que “disseminava essas informações pelos seus órgãos ou centros de coordenação locais, de forma a poder efectuar o combate com eficácia”, refere o comunicado da Força Aérea.
Essa informação, passada em poucos segundos ao comando estratégico de combate a incêndios, permitiu aos bombeiros dar uma resposta imediata às primeiras chamas e evitar, assim, que os incêndios tomassem maiores proporções numa região que já em Julho foi fortemente afectada pelo drama dos incêndios.
Estas missões permitiram detectar também situações em que foi possível observar a realização de queimadas. O alargamento do período crítico de incêndios, decidido pelo Governo no final da semana passada — face às elevadas temperaturas que se previam para o fim de semana e que se confirmaram — não dissuadiram os agricultores e proprietários de arriscar queimadas a vegetação seca dos seus terrenos.
É o caso do vídeo difundido pela Força Aérea. As imagens foram colhidas durante a noite no distrito de Bragança e revelam aquilo que um proprietário decidiu fazer a coberto da escuridão.
As queimadas não escaparam à tecnologia a bordo do C-295M. Os sensores térmicos instalados no aparelho detectam pontos de calor e é essa a informação passada, depois, ao comando da Protecção Civil. As informações recolhidas também são “fundamentais para orientar os meios no terreno durante o combate aos incêndios no território nacional”, destaca a Força Aérea.
O período crítico dos incêndios foi alargado até dia 15 de Novembro, depois de já ter sido alargado até 15 de Outubro, primeiro, e até ao final de Outubro, numa segunda fase. Pelo meio, aconteceram os grandes incêndios do centro e norte do país que mataram mais 45 pessoas. Durante a fase crítica, nas zonas florestais e agrícolas, é proibido:
Fumar, fazer lume ou fogueiras, fazer queimas ou queimadas, lançar foguetes e balões de mecha acesa, fumigar ou desinfestar apiários, salvo se os fumigadores estiverem equipados com dispositivos de retenção de faúlhas, fazer circular tractores, máquinas e veículos de transporte pesados que não possuam extintor, sistema de retenção de fagulhas ou faíscas e tapa chamas nos tubos de escape ou chaminés.”
As missões realizadas este fim-de-semana pela Força Aérea correspondem a um plano de acção activado pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, no âmbito do dispositivo permanente de combate a incêndios. A Força Aérea tem à disposição do dispositivo de prevenção e combate a incêndios um helicóptero Alouette e o C295 usado este fim-de-semana, além de máquinas de arrasto usadas com frequência durante as fases críticas do fogo.
A contribuição da Força Aérea estende-se, ainda, ao apoio à instalação de meios da Protecção Civil nas unidades do ramo e ao acolhimento dos meios internacionais que realizem missões de combate em território nacional.
Hugo Delgado/LUSA
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Fonte: Observador

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